Maria Inez Siqueira

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

CASAMENTO DE VISITA

OS NA E OS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS

Os Na, conhecidos em chinês como "Mosou", vivem ás margens do belo lago lugu, no sopé do Himalaia. Eles constituem uma sociedade matrilinear, e a mãe é o centro da família. Os Na adotam um sistema de "casamentos de visita" em que os homens saem de casa para visitar a casa da(s) parceira(s). Tradicionalmente, tanto homens como as mulheres podem ter múltiplos parceiros.
O interessante é que não existe no idioma Na, uma palavra para "ciume" (e tampouco para "estupro"). Os relacionamentos se baseiam no afeto mútuo, e quando um dos parceiros (ou ambos) perde o interesse, o relacionamento termina amigavelmente.
Um estudioso americano que visitou recentemente os Na comentou que "os Na inegavelmente preservam uma cultura mais afetuosa do que a nossa. O suicídio é raro, e não se ouve falar em assassinatos".
Vale a pena refletir sobre o fato de que uma sociedade em que mulheres e homens  são livres para ter múltiplos parceiros, sem sentir vergonha ou reprovação, abriga uma população mais generosa e afável.
(Fonte: Amor sem Barreiras, de L. Linssen e S. Wik, Ed. Pensamento).
A mim, isso reforça o que sempre pensei a respeito do sexo e de todo o tabu que o cerca. Ainda bem jovem eu entendia que a causa de tantos assassinatos, guerras e discórdias deixariam de existir se as religiões patriarcais não nos tivesse imposto o pecado e a culpa em relação ao sexo.
Na televisão, no computador e nos jogos eletrônicos, crianças assistem cenas de assassinatos, facas rasgando corpos, tiros furando cabeças e sangue espirrando, que resultam em dor e morte,  mas não podem assistir duas pessoas na dança ritmada do sexo que resulta no prazer, e na alegria do orgasmo.
O sexo é alegria, carinho e prazer, e é amplamente condenado.
As pessoas não sentem culpa de dizerem que tiveram uma terrível dor de cabeça, ao contrário o dizem até com ares de heroínas, mas envergonham-se de dizer que sentiram um orgasmo profundo, e no entanto, ambos são experiências íntimas e pessoais.
No oriente médio as mulheres cobrem-se dos pés a cabeça, porque os homens se descontrolam se vislumbrarem uma parte qualquer de seus corpos, e eles tornam-se fracos, gerando com isso ódio e rancor contra a mulher que é duramente condenada nesses países. Uma mulher estuprada é culpada. A importância dada ao sexo extrapola toda a razão e mata a inteligência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Voce pode também escrever para o email
blogdasenhorabruma@yahoo.com.br